Via de longe. Na mesma esquina, os mesmos corpos com os quais divido espaço diariamente na van. Ralentei os meus passos, na tentativa de testemunhar o reencontro. Imaginei, enquanto ele atravessava a rua, sua história. A história deles dois. Os pequenos fragmentos de carinho se amontoando. Ele atravessa. Olho discretamente para o que esperava na esquina do Rei do Mate. Agora mesmo olhando no relógio, já abrira um sorriso gigantesco. O corpo se transformando em gestos, à espera do outro. O abraço se espreguiçando, antecipando a síntese de um beijo que não acontece. Na mesma hora no mesmo lanche antes de irem para casa após um dia imaginado cheio de trabalho desgastante. A beleza e o inferno da rotina. O cultivo do afeto, da atenção, do cuidado. Do amor. Cada dia.
domingo, 18 de março de 2012
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